Ritualidade da língua guarani:
a agencia do ñee iya
Palavras-chave:
língua guarani, ritualidade, agencia, ñee (palavra)Resumo
Este trabalho apresenta uma proposta de análise sobre os níveis de ritualidade do guarani falado em contextos rituais, como no Arete Guasu ou festa grande, onde há um dar e receber entre as partes envolvidas nestas práticas. No mundo da floresta, representado pelo espiritual e ancestral, o humano é aquele que precisa dos saberes, da sabedoria, do conhecimento que os seres espirituais e a própria mata guardam. Essa agencia nao humana da floresta e da língua guarani materializa um conhecimento específico e um saber/fazer/poder. Neste trabalho serao descritos os atores dos contextos rituais e se analisará a mediando da língua guarani através do ñee iya (o dono da palavra). O ñee (a palavra guarani) é um elemento que configura a cosmopolítica do falante/oficial do ritual e, por outro lado, é ele próprio uma intersecado entre língua, cultura e política e manifesta esse saber/fazer. Como elemento transcendental, o ñee tem uma ritualidade, pois é a partir da linguagem que /se administram/ os segredos do mundo guarani. Assim, a compreensao e análise do ñee iya (o dono ou ser espiritual da palavra) torna-se essencial para compreender a ritualidade e os saberes do mundo dos espíritos, dos ancestrais e da floresta. Neste sentido, serao descritas as funnoes e o papel do “dom da palavra”. Por fim, descreve-se como a língua guarani em circunstancias rituais denota seu papel sine qua non, porque dá lugar ao início e ao fim das curas, dos segredos impostos ou favorecidos a alguém ou para alguém. O trabalho termina com uma reflexao sobre os diferentes processos pelos quais passam as línguas indígenas que causaram o viés, a eliminando ou perda de “outras línguas”.
Referências
Casimiro Córdoba, A. y Flores, M. E. (2017). La lengua Guaraní en el umbral al Chaco. Tramas/Maepova, 5(1), 19-38. Recuperado de: http://ppct.caicyt.gov.ar/index.php/cisen/issue/view/639/showToc
Clastres, P. (1993). La palabra luminosa; mitos y cantos sagrados de los guaraníes. Buenos Aires: Ediciones del Sol.
Caurey, E. (2016). Arakua Jembo. Educación, lengua y cultura de la Nación Guaraní. Bolivia: Arete & Medio.
Etchegorry, C. (2013). El grito ancestral/Sapucay maitei. 1a ed. -Córdoba: EDUCC- Editorial de la Universidad Católica de Córdoba.
Flores, M. E. (2017). La coca y los modos de hacer: Una aproximación etnográfica a la agencia de la planta en terapias y rituales populares de Salta. [Tesis de Doctorado en Antropología] Departamento de Posgrado Facultad de Filosofía y Letras, Universidad de Buenos Aires.
Flores, M. E., García, M.; Serapio, C. (2020). Piquirenda Viejo: despojos y antropoceno en la comunidad guaraní, Salta. Lhawet/ Nuestro entorno, Publicación del Instituto de Ecología y Ambiente Humano, 6 (6), 65-73.
Flores, E. y Echazú Boschemeier, A.G. (2016). Ontologías en desigualdad: coca, ayahuasca y la agencia histórica. Revista Avá, 29, 155-174.
Hirsch, S., Huenuan, C. y Soria, M. (2016). Guaraníes, chanés y tapietes del norte argentino. Construyendo el ñande reko para el futuro. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Ministerio de Educación y Deportes de la Nación.
Ortiz, E. y Caurey, E. (2015). Ñande arakua imboguap+. Patrones de crianza de la Niñez en la Nación Guaraní. Bolivia: Gráfica Impora.
Sarra, S. (2020). Guaranización, sangre entreverada y no-humanos. Apuntes para no delimitar «lo guaraní» en el Ramal jujeño (Argentina). Anthropologica, 38(45), 13-40.
Stengers, I. (2014). La propuesta cosmopolítica. Revista Pléyade Santiago de Chile, 14, 17-41.
Vázquez, E.; Tapia, E. y Ramos, R. (2015). +.+v+, jare arakae. Agua, tierra, monte y memoria. Salta: EDIUNSa.


